segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
Um pouco da história das espadas japonesas
Pouco se sabe sobre a origem da primeira espada japonesa, mas os documentos nos provam que no período Jokoto ( aproximadamente século IV a X ) a “espada japonesa”, se assim podemos dizer, surgiu na região Honshu – Japão; Sua forma era reta e curta tendo corte de ambos os lados ( Kem ).
No período seguinte, Koto ( século X a XVI ), a espada adquiriu aquilo que hoje chamamos de “a forma única de espada japonesa”, onde ela tinha uma leveza e uma curvatura acentuada , pois foi um período de sucessivas guerras e seu uso era constante.
Após isso, no período Shinto (século XVI a XVIII ) a espada ficou um pouco mais pesada e mais larga, também conhecida como “A Espada Nova”.
No período Shinshinto ( século XVIII e XVIII ) a espada se definiu na sua forma e no seu comprimento.
Finalmente no período moderno, Guendaito ( XIX até os dias atuais ), foram fabricadas sem muita arte uma quantidade enorme de espadas para guerra moderna onde decaiu muito a sua forma artesanal, mas muitos artesãos conseguiram manter a tradição de mestre a discípulo até chegar ao Brasil.
Inicialmente no período Koto havia as cinco tradições chamadas Gokaden, que levava o nome das regiões onde eram feitas pelos seus artesãos:
» Primeiro: Soshu;
» Segundo: Bizen;
» Terceiro: Yamato;
» Quarto: Yamashiro
» Quinto: Mino
Dessas cinco escolas se espalharam os vários estilos e mestres que chegaram até os dias de hoje, mantendo uma pequena diferença na maneira de preparar o aço e temperar a espada.
AS DIFERENTES TÊMPERAS
A espada japonesa se iniciou no século 12 onde havia grande dificuldade em se obter aço, por esse motivo o minério de ferro que na natureza possui de 3,5 a 5% de carbono era martelado sucessivamente por um longo período até se tornar uma massa que hoje conhecemos como ferro fundido, em japopnês, Tamahagane , que nada mais é do que uma mistura de carbono e ferro. Após obter isso, o ferreiro ( Kaji ) dobrava o aço, caldeando-o por umas 12 vezes consecutivas, onde diminuía a quantidade de carbono até o ponto de 0,60 a 0,45% que hoje conhecemos pelo sistema adotado no mundo de SAE 1.045 ou 1.060 .
O Aço obtido dessa forma apresenta uma pele ou textura que forma uns desenhos chamado, Hada, de acordo com o ferreiro existem vários tipos de Hada, como: Itame ( madeira ), Masame ( pedra ), Mokume (raiz ), Oyasugi ( onda ) e Emuji ( poros ). Com este aço já pronto para ser temperado que nada mais é do que endurecido, o armeiro envolve a lâmina com uma massa especial de barro e óxido de ferro e carvão, fazendo um desenho no lado da lâmina cortante, que é a sua marca pessoal, podendo ser reta ( Suguha ), ondulada ( Notare ), irregular ( Midare ) e dente de serra ( Nokogiri ) ou olhos de peixe ( Gunome ).
Este acabamento tem como finalidade mostrar o tipo de aço e têmpera que a espada possui, pois se o aço for passado em alguma máquina, não se pode apreciar o trabalho esmerado do artífice. Então após a têmpera a espada é passada na pedra grossa ( Arato ), grão SAE 108 ou 110, depois grão SAE 150. Em seguida é passada na pedra mais fina ( Binsui ), grão SAE 250 e 350, depois na pedra Kaisei. Até aqui já podemos notar a beleza dos desenhos da têmpera e sua pele ( Hada ). Para finalizar é passado com a ponta dos dedos uma pedra finíssima grão SAE 1.500 a 3.000 ( Nagurato ) e na parte de trás da lâmina ela é brunida com uma agulha de aço ( Kanabo ). Antes de tudo isso a lâmina é limada no cabo onde podemos falar que adquire a sua marca digital, chamado Yasurime, cada espadeiro tem a sua marca diferente. Ao término de tudo a espada é examinada e leva uma assinatura no cabo do lado esquerdo ( Mei ), seguindo a tradição de sua escola e do outro lado do cabo ( Uramei ) a data e o local na era em que ela foi feita. Muitas espadas não possuem assinatura por não serem consideradas pelo espadeiro como top de linha ( Jojo ) ou Jô ( boa ), mas sim Shita ( normal ).
A lâmina pode ser considerada como espada ( Katana ) ou adaga ( Tachi ), esta segunda possui uma maior curvatura e o comprimento de ambas tem que ser maior do que dois shaku ou 60 cm de lâmina fora o comprimento do cabo até 72 cm ou ser uma meia espada ( Wakizashi ), menor que 60 cm até 30 cm. Abaixo disso é considerado faca ( Tanto ). Essas lâminas recebem uma bainha ( Saya ) de madeira finamente laqueada basicamente nas cores preta, marrom ou azul e a empunhadura é envolta com pele de Arraia que por cima leva uma fita de seda que é presa por duas peças do cabo chamado : Fushi e Kashira de aço, bronze, prata, Shibuishi ou Shakudo. Que são desenhados com vários desenhos da natureza ou de animais. A guarda, proteção da mão (Tsuba ) é feito com o mesmo material.
A espada longa ( Katana ) é usada com ambas as mãos onde ela pela maneira que foi feita possui um corte de navalha e uma resistência ao impacto pela sua envergadura, podendo ter um efeito devastador no corpo humano, por exemplo, uma espada se pegar no centro da cabeça de uma pessoa, pode chegar até o meio do seu peito com muita facilidade ou simplesmente cortar um corpo pelo tronco ao meio, transversalmente e na resistência abrir um capacete de aço ao meio. A adaga ( Tachi ) por sua vez usada por cavaleiros, é usada apenas cm uma mão com o cavalo em movimento. Normalmente o guerreiro Samurai carrega duas espadas uma para uso em combate e a segunda para emergência, ou para corrigir seus próprios defeitos num momento de sacrifício, coisa que só era feito para lavar a honra ou não cair prisioneiro. Já houve guerreiros que usaram duas espadas, uma em cada mão ( Nitoryu ).
TACHI - Espada de cavaleiro (72 cm aproximadamente)
KATANA - Espada simples (68 cm aproximadamente)
WAKISASHI - Adaga (56 cm aproximadamente)
TANTÔ - Faca (30 cm aproximadamente)
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rááá
ResponderExcluira Sá é foda
muy bueno!
xD
muitas curiosidades interessantes u.u'
Muito bom mesmo, muita informação nesta postagem Sasa, Adorei :D
ResponderExcluirEu sei q sou demais Rich!
ResponderExcluirUASHuhsUAHSUhasuHASUHushAUSHuhasuHAS
*vergonha*